Uma caixa revestida a azulejos encontra-se disposta na parede, à altura do nosso olhar, como uma janela ou pintura. Do interior da caixa, rasgando as superfícies rígidas dos azulejos decorados, irrompem longos volumes têxteis abstratos; corpos não reconhecíveis, mas cujos materiais, texturas e técnicas identificamos e associamos ao universo feminino.
Esta série parece anunciar a implosão do cárcere que ditava o confinamento da mulher ao plano da intimidade doméstica. A partir dos desenhos que decoram a superfície dos azulejos, cujas formas são também associáveis ao universo feminino, anuncia-se a liberdade e a igualdade. Saturadas do confinamento, revoltam-se, transformam-se e fazem-se anunciar; coloridas, estranhas, mas familiares, quebrando as superfícies dos casulos que habitavam outrora.
Obras